Como começar na alta montanha

Para muitas pessoas a escalada em alta montanha é um passo natural depois de fazer as principais trilhas e montanhas no Brasil. Mas esse passo não é tão simples assim, as montanhas de altitude trazem novos desafios, terrenos, técnicas e equipamentos – muita coisa é diferente do que fazemos nas montanhas brasileiras. Para te ajudar nessa transição nós reunimos várias dicas básicas para você entender um pouco mais sobre a escalada em alta montanha. Durante as duas edições dos Congressos de Trekking do Gear Tips apresentamos diversas palestras sobre alta montanha, elas estão disponíveis no site do Gear Tips Plus - conteúdo on demand de qualidade que pode ser assistido pelos membros do Gear Tips Club, em qualquer lugar, a qualquer hora!

1. Comece gradualmente, não pule etapas

Antes de tentar uma alta montanha você dever ter uma experiência mínima nas principais montanhas brasileiras. O ideal é que você já tenha feito várias trilhas e travessias clássicas como a Serra Fina, Marins – Itaguaré ou a Petrópolis – Teresópolis, por exemplo. Essa etapa inicial vai lhe dar um conhecimento básico sobre o montanhismo. O cenário no Brasil é muito diferente daquele que você encontrará em uma alta montanha. Fatores como a neve, gelo e a redução do oxigênio não podem ser simulados nas nossas montanhas, mas mesmo assim é fundamental que você não pule essa etapa inicial e faça as principais montanhas e travessias do Brasil para ganhar experiência prática. Um trekking de altitude pode ser uma opção interessante para você experimentar altitudes acima daquelas que encontramos no nosso país. Esses trekkings seriam atividades intermediárias, ficando entre as montanhas que temos no Brasil e as altas montanhas propriamente ditas. Trilhas como Salkantay, a Trilha Inca e o Circuito Huayhuash, no Peru; ou alguns vulcões menores no sul do Chile são boas opções para quem deseja fazer alguma atividade em altitude antes de encarar uma alta montanha pra valer. Essas trilhas podem servir como base para você entender um pouco mais sobre as expedições, logística de acampamentos, equipamentos, experimentar altitudes acima dos 3000 metros, etc. Elas não podem ser chamadas de “alta montanha”, elas são trekkings em altitude, e são experiências bem diferentes daquelas que temos ao escalar uma alta montanha, mas ainda assim possuem o seu valor como instrumento de aprendizado na escola do montanhismo. Não comece escalando uma montanha muito alta ou muito técnica. Lembre-se que você não sabe ao certo como seu corpo irá reagir naquele ambiente, portanto começar por uma montanha mais baixa e menos técnica é uma ótima ideia. O Kilimanjaro (5885m), na África, é uma boa opção. Também temos montanhas aqui na América do Sul, em países como Peru, Bolívia, Chile e Argentina. O cerro Plomo (5424m - Chile), Cerro Plata (5943m - Argentina), Cerro Acotango (6052m - Bolívia) e o Huayna Potosi (6088m - Bolívia) são algumas montanhas comuns para quem deseja começar no mundo da alta montanha. Huayna Potosi - alta montanha na Bolívia Huayna Potosi (6088m), na Bolívia. Quinhentos metros verticais não são muita coisa aqui no Brasil, mas em um ambiente de altitude quanto mais subimos mais rarefeito o ar fica, e consequentemente mais difícil fica o esforço físico. Portanto, não pense em começar por montanhas altas demais, como o Aconcágua (6962m - Argentina). Comece gradualmente, assim você terá mais chances de atingir os cumes das montanhas. A escalada em alta montanha é uma atividade exigente do ponto de vista do condicionamento físico, é fundamental que você faça uma avaliação pessoal para entender se esse esporte é realmente para você. Sempre consulte seu médico antes de ir para um ambiente de altitude.

2. As principais diferenças do montanhismo em alta montanha

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Equipe Gear Tips
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