Esse é um relato da minha participação na primeira edição dos 1001km de Portugal e uma avaliação das novas Mochilas Deuter Ascender e também da garrafinha flexível Deuter Streamer Flask que eu usei durante esta ultramaratona.
“CORRER 1001KM É IMPOSSÍVEL!!!”
Ouvi essa frase de muitas pessoas. Também já tinha ouvido antes, em 2007, quando fui correr minha primeira Ultramaratona de 217km.
Para mim, era mais uma longa travessia. Uma questão de preparação e logística. Eu já tinha corrido uma prova de 281km em Portugal e tinha adorado a experiência e a organização. Quando vi que eles estavam organizando uma corrida de 1001km em 14 dias, na hora decidi participar.
A primeira edição da PT1001 deveria acontecer em abril de 2020. Na reta final dos preparativos, a pandemia fechou fronteiras e obrigou o adiamento da prova. Um banho de água fria!
E aí, está curtindo esse conteúdo?
Você sabia que o Gear Tips Club é a maior comunidade de praticantes de atividades ao ar livre do Brasil, com descontos e conteúdos exclusivos? Clique aqui e conheça nossos planos.Mauro Chasilew durante a Ultramaratona PT1001 em Portugal
Ficamos todos confinados e aí, surgiu a ideia de fazermos uma ação com o Instituto Ronald, que ajuda crianças e adolescentes com câncer. Descobri que eles fazem um trabalho incrível!
Decidimos correr 12h em uma esteira para arrecadar fundos para o Instituto. Utilizamos a estrutura do CAFT, um centro de treinamento de altíssimo nível aqui no Rio. E durante as 12h na esteira fizemos transmissão via YouTube, conversei com amigos, incentivamos a prática de exercícios físicos como fator anti-estresse e de promoção de saúde e arrecadamos fundos para o Instituto Ronald.
Finalmente, a PT1001 foi confirmada para setembro de 2022. Retomados os preparativos, consegui importantes apoios para inscrição da prova e passagem, além da parceria com a On The Rocks (claro!), Gear Tips, Salomon e a novidade: Deuter!
Sim! A Deuter entrando no mercado do trail run e eu teria a oportunidade de testar os produtos em primeira mão!!!
E como o evento das 12h na esteira tinha sido muito bacana, resolvemos fazer uma nova ação com o Instituto Ronald que chamamos de 1001km de Solidariedade, onde o objetivo foi “vender” os 1001km da PT1001.
Mas não foi tão simples. A entrada em Portugal estava fechada para brasileiros. O amigo que me deu a passagem me perguntou o que fazer e decidi emitir a passagem na cara e na coragem.
Mauro (esquerda) durante a ultramaratona PT1001, em Portugal
Poucos dias antes do embarque, as fronteiras foram liberadas e pude viajar com relativa tranquilidade. Por conta da incerteza da entrada em Portugal, fui o único atleta de fora da Europa a ir para a prova. Tinha um outro brasileiro, mas ele já morava há muitos anos em Portugal.
A ideia da PT1001 é bem interessante. São 14 etapas em que o atleta deve ser autossuficiente em cada trecho.
Ou seja, todo dia tem uma largada e chegada. E temos que levar uma mochila com tudo que vamos usar naquele dia. A organização transporta nossas bagagens até a próxima linha de chegada. Todos os competidores ficam nos mesmos hotéis. A proposta é que o atleta se preocupe apenas em correr e a organização cuida de todo o resto.
A corrida é toda orientada por GPS. Não tem nenhuma indicação ou placa pelo caminho. Temos que ficar atentos ao GPS o tempo inteiro para não errar o trajeto.
Mauro Chasilew com a mochila de trail run Deuter Ascender
Atravessar um país correndo é uma experiência incrível. Para mim, uma travessia. Temos a oportunidade de observar as paisagens e interagir com o povo. Ver mil anos de história, passando por pontes romanas, trechos do Caminho de Santiago, vinícolas e visuais estonteantes!
Achei que era uma boa oportunidade para as pessoas terem uma ideia de como é uma Ultramaratona. Então, fiz lives no Instagram ao final de cada etapa e vários stories ao longo do percurso.
Minha estratégia foi começar mais lento e ir crescendo ao longo dos dias. Mas, no oitavo dia, fiz uma canelite que me obrigou a ser bem mais lento. Eram dores intensas.
Como estava mais lento, comecei a chegar cada vez mais tarde no final de cada etapa. Com isso, sobrava menos tempo para cuidar da lesão, comer, arrumar as coisas para o dia seguinte, fazer as lives e, principalmente, descansar.
Apesar de tudo isso, estava curtindo bastante. Vários amigos me ligavam e mandavam mensagens ao longo do dia para dar uma força e saber como eu estava. Essas ligações e mensagens davam um boost na minha energia!
Participar de uma prova dessas já é uma vitória. Chegar ao final… Pura alegria! Que venham muitas outras.
Mochilas Deuter Ascender e garrafas Deuter Streamer Flask
Em provas, o cuidado na escolha do equipamento certo é fundamental. Imagine o que acontecerá com uma assadura na virilha ou bolhas nos pés ao longo de todo o percurso. Ou uma mochila inadequada e pesada. São muitas variáveis a serem levadas em conta.
Como falei no início, tive a honra de receber a nova linha de trail run da Deuter. Antes da Deuter, utilizava o material da CamelBak, que aliás, gosto muito.
Deuter Ascender, as novas mochilas de trail running da Deuter
Fiquei preocupado em correr uma prova tão longa com um equipamento que eu tinha testado pouco. Mas minha preocupação logo foi embora. Deuter é Deuter!
Usei 2 garrafinhas flexíveis Streamer Flask de 500ml, um sistema de hidratação Streamer 2L e as mochilas Deuter Ascender nas duas capacidades: 7L e 13L.
Deuter Streamer Flask
Eu levava cerca de 500ml no Streamer 2L. Ele funcionava como um tanque reserva, caso a água das garrafinhas acabasse.
As garrafinhas flexíveis são muito interessantes. É possível beber sem ter que tirá-las do bolsinho da mochila. É só sugar. Para as mulheres, também dão um conforto maior na região dos seios por serem maleáveis.
Gostei do fechamento delas, achei mais fácil que as da CamelBak. Eu gostaria de ter uma opção com maior capacidade, tipo 750ml. As mochilas Deuter Ascender me surpreenderam pelo conforto logo ao vestir. Tem boa regulagem peitoral e elásticos ajustáveis nas laterais.
Na parte frontal recebem duas garrafinhas. Gostei da altura que as garrafas ficam. Junto ao bolsinho direito, tem um apito de emergência. Como o apito fica solto, eu o colocava por trás da garrafa para não ficar batendo enquanto eu corria.
Abaixo dos bolsinhos das garrafinhas, no lado esquerdo tem um bolso plano com zíper que cabe o celular. Caso opte por levar o telefone aí, sugiro que o proteja com uma bolsinha impermeável. Já no lado direito, uma solução inovadora: um bolso para colocar os bastões de corrida. Se não usar os bastões, é mais um bolso funcional na mochila.
Detalhe do bolso para bastão de caminhada (esquerda) e do bolso para smartphone (direita)
Nas laterais traseiras, um bolso de cada lado, com abertura em diagonal. Usei para colocar comidinhas.
Ainda nessa região, uma cordinha de compressão para impedir que os equipamentos fiquem sambando dentro da mochila enquanto corremos.
Detalhes do costado e do ajuste lateral da Deuter Ascender
No costado, uma proteção muito leve de espuma furadinha removível. Essa espuma dá uma pequena estruturada na mochila e, principalmente, impede que equipamentos fiquem incomodando as costas. Adorei!
Por dentro, tem um bolso com zíper, a área do costado (que não deixa de ser um bolso), o local para o Streamer de 2L e mais um bolso profundo.
Detalhes do interior das mochilas Deuter Ascender
As mochilas são resistentes a água. Procure sempre proteger seus equipamentos com sacos estanques. Pode usar um maior para todas as coisas, ou alguns menores. Eu prefiro usar uns menores para facilitar a minha organização.
Senti falta de mais bolsos externos e material refletivo para as corridas noturnas.
Fiquei impressionado com a resistência das mochilas Deuter Ascender. Eu esperava que depois de 14 dias de trabalho duro elas fossem ficar detonadas. Mas passaram muito bem pelo teste e seguem comigo para as próximas corridas e provas.
Qualquer dúvida, fiquem à vontade para mandar suas perguntas para @maurochasilew. Aproveitem para assistir o vídeo de divulgação das mochilas Deuter Ascender.
Um grande abraço e bons ventos.
Mauro Chasilew
Excelente artigo…. pelo equipamento e principalmente pela belíssima atuação do Mauro, grande amigo. Parabéns a todos!