Programa Capacitar Gear Tips já formou 100 alunos – veja como participar

Experiências transformadoras ao ar livre requerem um olhar atento para a segurança e para a preservação dos recursos naturais. Para promover essa consciência, o Gear Tips lançou, em 2023, o Programa Capacitar. Em um ano de existência, o programa formou 100 alunos nos cursos Leave No Trace – Instrutor Nível 1 e 2, Orientação e Navegação em Ambiente de Montanha (CONAM) e Primeiros Socorros em Áreas Remotas Avançado (WAFA).

Voltado para a capacitação de profissionais do mercado outdoor e praticantes de atividades na natureza, o objetivo do Programa Capacitar é instruir as pessoas para que promovam ou executem as suas aventuras de forma mais segura, técnica e consciente, tornando-as inesquecíveis.

Após imersões teóricas e práticas nas habilidades, os participantes do Programa Capacitar recebem certificados nacionais ou internacionais, e os parceiros do Gear Tips Club são chancelados com selos de qualidade. “Desenvolvê-los é uma forma de endossá-los e garantir qualidade nas experiências oferecidas. No site do Programa Capacitar, as pessoas têm acesso a todos os profissionais capacitados para que façam escolhas conscientes de guias e instrutores que contratarão”, explica Pedro Lacaz Amaral, fundador do Gear Tips.

Todos os cursos são embasados em normas brasileiras que regem o turismo de aventura, montanhismo e outras atividades na natureza e em instituições internacionais como a Outward Bound, a NOLS, a UIAA e a ONG americana Leave No Trace, na qual o Gear Tips é a única empresa parceira no Brasil.

Aula do curso de Leave no Trace Instrutor Nível 1 - Programa Capacitar
Aula do curso Leave No Trace

Leave No Trace no Programa Capacitar – práticas de mínimo impacto em experiências na natureza

O primeiro curso ministrado pelo Programa Capacitar foi o Leave No Trace – Instrutor Nível 1, que tem atraído cada vez mais profissionais e praticantes de atividades ao ar livre preocupados em minimizar o impacto de sua imersão na natureza.

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Primeira turma formada no Curso Leave no Trace Instructor Level 1 do Programa Capacitar
Primeira turma formada no curso Leave No Trace – Instrutor Nível 1 do Programa Capacitar

“Com o crescimento do número de pessoas realizando atividades ao ar livre, e muitos guias e instrutores novos no mercado, o aprendizado sobre técnicas de mínimo impacto e sobre como se comportar na natureza é fundamental. Muitos até sabem o que não fazer, mas há pouco aprofundamento em torno do tema”, conta Pedro.

Para Bruno Negreiros, responsável pela organização, gestão e realização dos cursos do Programa Capacitar, o impacto do Leave No Trace na vida pessoal e profissional dos participantes está na promoção da consciência necessária para que as atividades na natureza sejam 100% sustentáveis.

Montanhista desde 2008 e presidente do Clube Excursionista Carioca, Ciça Ferreira conta que apesar da questão do mínimo impacto estar intrínseca às atividades na natureza, o assunto ainda é de certa forma negligenciado. “Como frequentadora de parques, percebo que o conhecimento não é generalizado. Observamos muita gente cometendo atrocidades, como jogar lixo nas trilhas, alimentar os animais, fazer barulho, entre outras más condutas.”

Para Moaci Judson, coordenador dos cursos Leave No Trace, o conteúdo é importante para que o público em geral entenda quais são as boas práticas para estar na natureza, aprendendo a utilizar melhor os recursos para minimizar seu impacto. Para os profissionais, trata-se, ainda, de uma oportunidade de ampliar o repertório com técnicas e habilidades para oferecer aos clientes.

O coordenador explica que os 7 princípios do Leave No Trace vão além do senso comum, desafiando paradigmas por meio de práticas que ampliam nossa consciência sobre como estar na natureza de forma sustentável. “Quando falamos sobre os impactos das fogueiras, por exemplo, não estamos dizendo para não fazer. Ensinamos técnicas para reduzir o impacto, respeitando as limitações locais. Isso vale também para o lixo: vamos além do descarte correto. Estamos falando sobre ética e responsabilidade, ensinando técnicas eficazes e muitas vezes desconhecidas.”

Vinicius Viegas, presidente da ABETA (Associação Brasileira das Empresas de Ecoturismo e Turismo de Aventura) e da Nattrip, uma das principais operadoras de turismo do Rio de Janeiro, ressalta os pontos destacados por Moaci como aspectos importantes do Leave No Trace. Viegas participou do curso Instrutor Nível 1 ao lado dos guias da Nattrip, no Parque Estadual dos Três Picos.

“Já conhecíamos algumas práticas de mínimo impacto, mas no curso tivemos um embasamento técnico mais qualificado. Sabemos que precisamos nos planejar para uma expedição, mas como fazer isso? O mesmo se aplica para a parte de montagem de acampamento, como embalar o lixo, descartar a comida orgânica, preparar o banheiro, respeitar os animais etc. O curso aprofundou essas questões.”

Profissionais da Nattrip na formação Leave no Trace - Instrutor 1
Profissionais da Nattrip durante a formação Leave No Trace – Instrutor Nível 1

Por que os cursos do Leave No Trace atraem cada vez mais participantes

1. Mudanças comportamentais e o despertar para novas alternativas

Segundo uma pesquisa realizada pela ONG Leave No Trace, uma pessoa que participa dos seus cursos tem cinco vezes mais chance de preservar a natureza, expandindo sua consciência ambiental. “Hoje, os aprendizados são integrados aos hábitos das pessoas. Você começa a pensar em quanto gera de resíduo no seu dia a dia, por exemplo”, conta Pedro Lacaz Amaral.

Durante a coordenação das turmas dos cursos Leave No Trace – Instrutor Nível 1 e 2, Moaci observa que há uma reflexão profunda que conduz os participantes a mudanças relevantes de conduta. “É muito comum profissionais com bastante experiência no mercado outdoor relatarem que fizeram algo a vida toda e, agora, estão repensando suas ações. Eles entendem que não é sobre o que é certo ou errado, mas sobre a predisposição de enxergar que existem outras possibilidades.”

A equipe de guias da Nattrip que atua na Serra dos Órgãos é um exemplo prático de que as ações podem ser repensadas e aprimoradas. “Durante as expedições, somos obrigados a carregar o sheet tub e trazer de volta as nossas fezes, o que já era conduzido de forma positiva pelos guias. Após o curso, passamos a tratar a coleta de forma mais qualificada”, conta Vinicius Viegas.

Hoje, os guias levam os potes para uma composteira que transforma todas as fezes dos clientes colhidas ao longo do ano em material orgânico para o plantio de árvores nativas na região. “Esse é um exemplo concreto do conhecimento que adquirimos. O projeto já havia sido iniciado, mas foi aperfeiçoado após o curso”, finaliza Viegas.

Segundo Ciça Ferreira, o Clube Excursionista Carioca já programou atividades de mínimo impacto para as próximas turmas do CBM – Curso Básico de Montanhismo. “Antigamente, essa parte do curso era teórica, e a proposta agora é ter atividades práticas, consolidando o conteúdo com foco em disseminá-lo.”

2. No Leave No Trace, os participantes são protagonistas

Nos cursos Leave No Trace, os participantes são envolvidos antes mesmo de seu início. Na metodologia colaborativa aplicada no conteúdo, as aulas são preparadas pelos próprios alunos com base em todo o material disponibilizado na plataforma on-line Gear Tips Academy. “As experiências são sempre diferentes porque as pessoas têm vivências distintas e colaboram de forma diversificada. Eles participam ativamente das discussões e entram em amplos e enriquecedores debates”, conta Moaci.

A cada nova turma, Bruno Negreiros se surpreende com a qualidade e a criatividade das instruções. “Me encanta ver a metodologia em ação a partir da construção coletiva. Sou defensor desse método e o aplicaria para qualquer formação na minha vida, porque faz diferença!”

O curso também promove diversas atividades práticas, tornando a aprendizagem mais dinâmica e fugindo do convencional ensino hierárquico, no qual o professor conduz o conteúdo. “A didática leve promove a interação de todos os participantes, proporcionando conhecimento, troca de experiências e conexão”, conta Vinicius, da Nattrip.

Para Ciça Ferreira, o ponto alto do Leave No Trace é justamente a forma como o conteúdo é passado, com diferentes metodologias de ensino e aprendizagem. “A troca de conhecimento com pessoas que possuem níveis de experiência diferentes enriquece muito o curso.”

Ciça Ferreira durante a formação Leave No Trace do Programa Capacitar
Ciça Ferreira durante o curso de Leave No Trace

3. Pesquisas científicas, instrutores altamente capacitados e atualizações constantes

A ONG Leave No Trace se diferencia de outras iniciativas existentes no Brasil porque oferece um tripé que envolve pesquisa, ensino e extensão, o que permite acesso a dados científicos atualizados e a oportunidade de atingir diversas camadas da sociedade.

Neste primeiro ano de existência, novas dinâmicas e experiências foram adotadas pelo Programa Capacitar, além da formação de novos instrutores nível 2, responsáveis por propagar o conteúdo para diversas partes do Brasil. “Queremos que o movimento e a presença da Leave No Trace no Brasil cresçam cada vez mais para que possamos ser um vetor de referência de mínimo impacto, trazendo mais programas e oportunidades relacionadas à educação ambiental”, explica Bruno Negreiros.

Dinâmica durante uma aula do curso Leave No Trace
Dinâmica aplicada no curso de Leave No Trace – Intrutor Nível 1

Dinâmica durante o curso de Leave No Trace Instrutor Nível 2
Dinâmica aplicada no curso de Leave No Trace – Intrutor Nível 1

Pedro Lacaz Amaral conta que promover os princípios do Leave No Trace sempre esteve em seus planos, e que a parceria com a ONG internacional proporcionou a evolução em estrutura educacional e na formação de instrutores próprios para amplificar o conhecimento sobre mínimo impacto.
“Para expandir o conceito do Leave No Trace, precisávamos ter mais instrutores qualificados. Pensando nisso, trouxemos para o Brasil o curso Leave No Trace – Instrutor Nível 2. Capacitamos, em 2024, 13 novos instrutores com subsídios próprios. Como contrapartida, cada um deverá ministrar cinco cursos de instrutor nível 1, o que nos dá a possibilidade de realizar de 50 a 60 novas turmas de iniciantes pelo Brasil.”

Além dos cursos presenciais, a plataforma Gear Tips Academy é atualizada constantemente, disponibilizando artigos e novas ferramentas que mantêm os participantes atualizados.

Parceria com os parques nacionais

Durante a interação constante com a ONG Leave No Trace, Pedro se aproximou do trabalho realizado com profissionais de parques nacionais, estaduais e de unidades de conservação, e trouxe a iniciativa para o Brasil.

O Parque Nacional da Tijuca foi o primeiro a participar desse movimento. Até hoje, já foram treinadas três turmas de guarda-parque e outros profissionais que precisam estar preparados para instruir corretamente os visitantes, guias e instrutores que levam clientes para a atração. A próxima instituição a receber o curso Leave No Trace – Instrutor Nível 1 será o Parque Nacional da Serra dos Órgãos. “Já estamos conversando com outros parques nacionais e estaduais, em diversos estados brasileiros”, conta Pedro.

Dirlei Conceição da Silva atua na recepção do Centro de Visitantes da Floresta da Tijuca (Parna Tijuca), e ressalta que o curso potencializou o seu desenvolvimento. “Estou há 16 anos no Parque Nacional da Tijuca, e este foi um dos cursos mais agregadores que já realizei. O Leave No Trace, do Programa Capacitar, nos fez refletir sobre o que fazemos hoje e como podemos repensar algumas ações.”

Dirlei também atua na área de turismo sustentável e afirma que o curso despertou a visão para promover novas ações. “Trabalho na linha de frente ao atendimento turístico e lidero um trabalho sustentável de base comunitária. A elaboração de novas estratégias está fluindo de forma inspiradora.”

Virginia Talbot, coordenadora de Uso Público do Parque Nacional da Serra dos Órgãos (PARNASO), aponta que a capacitação é importante, especialmente na área ambiental, onde as pessoas estão cada vez mais cientes dos impactos causados pelas práticas não sustentáveis.

“O curso trouxe uma metodologia que priorizou a prática, que é a melhor forma de apropriação do conteúdo. Ficamos muito entusiasmados e esperamos que ocorram outras edições. As equipes que atuam nos parques precisam de treinamento. Muitos de nós nunca tiveram uma formação oficial. O conhecimento tira a gente da zona de conforto.”

Turma Leave No Trace do Parque Nacional da Tijuca, no Rio de Janeiro

O que vem pela frente no Programa Capacitar

Apesar dos desafios de aplicar cursos de forma subsidiada e patrocinada, Bruno Negreiros comemora as conquistas do primeiro ano e já planeja o que vem pela frente. “Fizemos um trabalho espetacular de formar 100 alunos, o que é muito difícil no mercado outdoor. Observamos que as pessoas estão cada vez mais interessadas e buscando nossos cursos. Temos muitas oportunidades pela frente. O Programa Capacitar quer formar turmas de qualidade com profissionais de mercado para que isso se multiplique cada vez mais.”

Expansão do território brasileiro

Para os próximos anos, o objetivo do Programa Capacitar, principalmente com os cursos do Leave No Trace, é alcançar diversas regiões do Brasil. “Queremos atingir o maior número possível de participantes, por isso, inclusive, fizemos uma descentralização geográfica na formação dos instrutores. Temos dois na Chapa Diamantina e no Sul do Brasil, por exemplo”, conta Pedro. Além disso, o movimento realizado com os parques nacionais também deve crescer.

Novos cursos do Programa Capacitar

O fundador do Gear Tips conta que a ideia é, também, implementar novos cursos como Meteorologia para Atividades Outdoor, Cozinha Outdoor e outros voltados ao planejamento de expedições, com habilidades complementares necessárias para profissionais e participantes de atividades na natureza. Além disso, o objetivo é espalhar o conceito do Leave No Trace para outros mercados, como o universo de trail running, por exemplo.

“Para que possamos expandir o Programa Capacitar, precisamos de recursos financeiros de patrocinadores. Já contamos com apoiadores que fazem a diferença, como a My Safe Sport, Nos Alpes, Promeal, Sea to Summit, Spot e Vapza.”
Curso Capacitar Gear Tips - Apoio Sea to Summit
Curso Capacitar Gear Tips - Apoio Vapza

Como participar dos cursos do Programa Capacitar

Profissionais do mercado outdoor: as vagas do Programa Capacitar voltadas para os profissionais são subsidiadas com um fundo de bolsas criado pelo Gear Tips – a cada venda de qualquer serviço, 10% da receita é destinada a ele –, além de recursos de empresas parceiras e patrocinadores. Isso permite que o investimento seja mais acessível e, em alguns casos, até mesmo gratuito.

Público em geral: se você deseja participar dos cursos do Programa Capacitar, fique atento porque são disponibilizadas quatro vagas para cada turma. E, claro, os assinantes do Gear Tips Club têm desconto! Vale ressaltar que essa é uma oportunidade de capacitação para você vivenciar experiências transformadoras na natureza, além de colaborar indiretamente para a profissionalização do mercado.

Conheça também

Além dos cursos do Programa Capacitar, o Gear Tips Academy oferece o treinamento gratuito Segurança e comunicação via SPOT, ideal para ajudá-lo a ser localizado em ambientes que não possuem comunicação, entre outros cursos necessários para que você tenha experiências inesquecíveis e seguras na natureza.

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Isabelle de Paula

Isabelle de Paula é jornalista, sócia-fundadora da DePaula Comunicação. Apaixonada por ouvir e contar histórias, atua como ghostwriter, escrevendo livros e conteúdos para diversas plataformas, e assessora de imprensa, propagando narrativas e trajetórias de pessoas, marcas e empresas. Parceira do Gear Tips, assina projetos especiais e ajuda a empresa a ganhar visibilidade na mídia.

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